[ A arqueóloga Maria Beltrão acredita estar na Bahia presença humana mais antiga das Américas ]Há dez mil anos caçava-se toxodonte a pau na Bahia. Herbívoro semelhante a um hipopótamo, pesando cerca de uma tonelada, o animal integrava a megafauna da Chapada Diamantina. Sabemos hoje a forma como era abatido pelo fato de algum integrante das tribos que habitavam a região do atual município de Central, a 502 quilômetros de Salvador, ter se dado ao trabalho de registrar na pedra a cena da caça.
A rara e bela pintura rupestre, um tesouro arqueológico praticamente desconhecido dos baianos, mostra o bicho de perfil diante de quatro homo sapiens em posição de ataque, segurando pedaços de pau com as duas mãos.
A pintura está localizada no Apertado, um corredor cavado pelas águas que descem da Serra Azul e formam a nascente do Riacho Largo, situada a cerca de 18 quilômetros da sede de Central. O Apertado parece ter sido uma espécie de área de lazer do homem pré-histórico. Tem água abundante, sombra e uma infinidade de rochas propícias para as pinturas. Em alguns pontos, os paredões irregulares, formados pelos lajedos sobrepostos, chegam à altura de aproximadamente 20 metros.
