Muitas pessoas não vivem. Apenas existem. E fazem grande esforço para suportar suas vidas. Na verdade, vão "levando a vida".
Mas, onde fica o viver e ser feliz? O nosso desejo latente de viver o não apenas existir?
A natureza nos deu o dom de escolher como queremos ser. Temos o poder de conduzir nossa própria vida, ao invés de sermos "levados pela vida".
Aproxima-se o ano de 2009. Assistimos o desenrolar dos fatos, desde a nossa realidade individual até a planetária e cósmica, com tal rapidez, que mal conseguimos digeri-los. E a palavra crise está por todos os lados. Seria ela a culpada da qualidade da nossa vida estar se deteriorando?
É claro que nem tudo depende de nossa vontade, mas, ao voltarmos a atenção para dentro de nós, constatamos que muitas coisas, além do que imaginamos, dependem unicamente do que fazemos ou de como percebemos a vida. Nosso mundo exterior é consequência do noso mundo interior.
Daí dizer-se que todas as crises, na verdade, têm como pano de fundo a crise humana. É o nosso vazio interno, a falta de buscar-se, harmonizar-se. Precisamos estar atentos a tudo que nos cerca e às outras pessoas, sintonizarmo-nos.
E a crise desdobra-se em oportunidade de crescimento, reciclagem, reformulação. Vida nova!
Será que nos basta nascer, crescer, trabalhar, reproduzir, existir por existir, "aproveitar a vida", envelhecer e depois morrer? Temos a obrigação de, nessa trajetória singular, saber o que há de profundo em cada fase, em cada encontro, as mensagens que estão sendo passadas para a compreensão desse processo de crescimento. Precisamos questionar sempre o sentido do nosso viver. A luta pelo pão de cada dia, além da questão de sobrevivência, precisa ser impregnada de outros significados.
Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Para que estamos aqui? Por que vivemos? Por que sofremos? Qual o resultado de nossos esforços? Estamos contentes com o que somos? Qual é o objetivo real de nossa existência?
Precisamos deixar de reagir mecanicamente diante das circunstâncias da vida. Muitas pessoas vivas estão de fato mortas para todo trabalho sobre si mesmas. E que este trabalho é característica fundamental, determinante da qualidade do nosso "viver".