É o chamado lixo espacial, ou "space junk", que a humanidade vem mandando para o espaço desde que a nave espacial Sputnik fez a primeira viagem pela órbita da Terra.
São toneladas de materiais que incluem de satélites em pedaços a uma luva perdida pelo astronauta americano Edward White durante uma caminhada espacial em 1965.
Astrônomos dizem que esse lixo prejudica a observação do espaço e põe em risco a segurança de astronautas, que podem ser atingidos por esses resíduos.
Há, no entanto, quem diga que é melhor ter lixo no espaço do que na Terra e tente até lucrar com a idéia.
Leilão na internet
Neste momento, um fabricante de foguetes nos EUA está oferecendo, por meio de um leilão na internet, a oportunidade de enviar um pacote de 20 quilos à Lua.
Entre os interessados, disse Gregory Nemitz, da empresa Orbital Development, está um cliente que quer enterrar as cinzas de um parente morto em um túmulo extra-terrestre.
"Se alguém acha que estamos estragando a Lua, está enganado", disse Nemitz.
"O impacto formará uma cratera de cerca de 150 metros de diâmetro no solo da Lua, isso é uma cabeça de alfinete. A Lua é apenas uma imensa rocha morta", disse Nemitz.
Perigo
Os resíduos deixados no espaço podem atingir velocidades de quase 29 mil kilômetros por hora, orbitando cerca de 960 kilômetros acima da superfície da Terra, e podem causar danos fenomenais se atingirem alguma coisa.
Em 1996, um satélite francês foi fatalmente atingido por um pedaço do foquete Ariane. As partes do satélite destruído se juntaram ao lixo que flutua hoje no espaço.
A quantidade de materiais deixados pelo homem é tão grande que chega a obscurecer a visão de astrônomos, segundo o doutor Amos Storkey, da Universidade de Edimburgo.
"Um astrônomo pode pensar que está olhando para uma galáxia quando na verdade é tudo lixo espacial."
O professor Hans Haubold, do Escritório da ONU para Assuntos Espaciais, diz que, com mais países lançando satélites, a quantidade de resíduos só aumenta.
Atualmente, sistemas de alerta permitem que a maioria das aeronaves seja desviada de grandes pedaços de material.
O impacto de partículas pequenas, entretanto, pode causar danos cumulativos na fuselagem. Por exemplo, na década de 90, as janelas dos ônibus espaciais tiveram de ser trocadas com freqüência cada vez maior.
E para preocupação ainda maior, um pequeno pedaço de detrito metálico pode perfurar uma roupa espacial, obrigando os astronautas a buscar refúgio atrás da sombra de suas naves.
“No momento é muito difícil remover estes detritos. Uma nave teria de ser enviada ao espaço para coletá-los, e isso seria tão caro que inviabilizaria a operação.”
A ONU criou um guia para a construção de naves espaciais que deixam menos pedaços, viajam para altitudes mais seguras quando seu trabalho termina ou são guiadas de volta para a atmosfera para cair no mar ou entrar em ignição.
Tudo isso, no entanto, a custos adicionais.
Fonte: BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário