O estudo comparou tomografias feitas da madeira usadas em cinco violinos antigos - produzidos há cerca de 300 anos pelos famosos luthiers Antonio Stradivari e Guarneri Del Gesu - com oito modelos mais modernos.
Os resultados indicaram que, de maneira geral, a densidade da madeira da tampa (abeto) e da caixa (ácer) dos instrumentos é a mesma. No entanto, os exames demonstraram que os violinos antigos têm uma densidade mais homogênea do que os modernos, que apresentam densidade mais inconsistente.
"Essa diferença na rigidez do instrumento poderia afetar a vibração do violino e modificar a radiação do som", diz o estudo, liderado pelo cientista Berend Stoel, da Universidade de Leiden.
Segundo os pesquisadores, a diferença na densidade explicaria porque, "em um consenso geral, nenhum luthier foi capaz de replicar a qualidade sonora dos violinos Stradivarius".
Madeira
O estudo, publicado na edição desta quarta-feira da revista científica Public Library of Science One, ressalta ainda que as variações de densidade estariam relacionadas com o plantio de árvores que fornecem as madeiras.
De acordo com a pesquisa, as árvores que crescem durante os meses da primavera tem uma densidade menos homogênea do que as que crescem durante o verão e o inverno.
No caso do Stradivarius, por exemplo, houve ainda um outro fator que pode ter contribuído para a densidade da madeira usada na fabricação dos instrumentos.
No início de 1700 – período de fabricação dos violinos - houve uma redução da atividade solar que resultou em um período de frio intenso e fez com que as árvores crescessem mais lentamente e sendo submetidas a menos variações de temperatura.
Segundo o estudo, as descobertas sobre a homogeneidade da densidade das madeiras pode ajudar na "réplica das qualidades tonais desses instrumentos antigos".
Antonio Stradivari iniciou a fabricação dos violinos em 1860, na cidade de Cremona, na Itália. No total, o luthier criou mais de mil instrumentos, entre violoncelos, violinos e violas e até uma harpa. Destes, apenas 650 ainda existem e são procurados por colecionadores e instrumentistas do mundo todo.
Em 2006, um violino Stradivarius conhecido como The Hammer foi vendido em um leilão por US$3,5 milhões (R$5,5 mi).
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